26 de janeiro de 2012

Postais da Coreia


A Coreia do Sul foi uma surpresa, apesar de ir previamente informado! Quem ouve falar da Coreia, sem ser num contexto Norte ou Sul? Pouca gente. É um país lá para os lados do oriente de onde vêm os Hyundais. O caraças!




A Coreia do Sul entrou em bancarrota nos anos 90 e teve intervenção do FMI em 1998. Acontece a muito boa gente, incluindo o meu Portugal, lá para os lados do ocidente. Em 2002 a Coreia organizou o mundial de futebol e hoje faz parte dos países do G20. É um dos tigres da Ásia, demonstrando uma reviravolta na economia naquele competitivo mundo Asiático...




Não diz muito? Se for difícil dizer que é um exemplo a seguir ou um modelo de inspiração, fiquemos com a demonstração cultural de esforço e sacrifício para levantar um país. Aprenderemos algo?



Enfim, a Coreia é um monstro de produção silencioso. Ninguém ouve falar, mas está em 80% das casas um pouco em todo o mundo. Marcas como Samsung, LG, Hyundai, Kia, Daewoo ou Forever não estão um pouco por todo o lado em nossas casas? 


O revés da medalha é um ritmo de trabalho de 12 a 14 horas por dia e uma semana de férias por ano, por exemplo. Milhares de pessoas em todo o lado e uma competitividade feroz.



Fomos visitar alguns locais históricos, que não são muitos. Têm no entanto um toque muito detalhado, místico...




A Coreia tem poucos locais históricos. Não quer dizer que não tem tradição. Tem-na, mas foi sendo apagada do mapa por invasões, guerras, orgulhos estrangeiros e correrias tecnológicas.



O tradicional pote de fermentação de Kimchi






 É um país virado para a frente, digamos. A modernidade parece ser a palavra de ordem, abafando os poucos vestígios de tradição.






E perguntava eu à Yumi, com insistente e maçadora frequência: porque é que há sempre tanta gente em todo o lado, a toda a hora?? A Yumi respondia, prática: porque somos muitos! A qualquer hora há pessoas a jantar, é impressionante. Gente na rua que não se percebe de onde saem...


Este é um exemplo de coragem numa cidade sufocada urbanização. O que vêem agora como rio e zona de passeio era antigamente uma autoestrada em plena cidade...em pleno centro! Agora a velocidade é pedestre e passam-se belas tardes de verão nas margens deste rio, artificial, é certo, mas que melhorou muito o ambiente.



A comida, senhoras e senhores, a comida, essa é uma cerimónia, uma bandeira nacional. Acendam-se os holofotes, vistam-se a rigor, que vamos falar de comida.

E como falar de comida Coreana sem começar no Kimchi!? Kimchi é uma couve (ou outro vegetal), fermentada e que cheira mal. O tempero vermelhão assusta mesmo os mais apreciadores de picante. A primeira vez que experimentei não gostei e, hoje, percebo a cara de desilusão da Yumi a olhar para mim e a ver desfeita toda a expectativa. Nisto das relações interculturais há pontos sensíveis. Imaginem que ela não gostaria de vinho tinto, de presunto ou queijo curado?




O primeiro pequeno-almoço típico Coreano foi um espanto, como podem ver pela foto!

Os Coreanos não distinguem a primeira refeição do dia das restantes. Não há cá essas manias de pãozinho, chá, leite e fruta. Enfrentam o dia com arroz, folhas de algas salgadas, peixe frito, carne, a famosa Kimchi, sopa, feijão e molhos picantes. E que bem que sabe! Ah...já me esquecia...e um copinho de água!



A comida de rua anda um pouco por todo o lado e nem as temperaturas negativas afugentam os amantes destes menus. Quando a Yumi pediu pulmão cozido confesso que estranhei! Todos os sentidos estavam a repelir tal “iguaria”. A careta que o meu estômago provocou na minha cara era prova disso mesmo. Mas havia que provar! E não é que gostei? Comi tudo...


E finalmente, nestes assuntos gastronómicos, trago por último, mas não menos importante, o bulgogui. Uma carne grelhada com uma série de vegetais, molhos e picantes enrolados numa folha de alface estaladiça e fresca. BOM!




E já que estava frio, porque não passar um dia na neve? Ainda me lembrava de “surfar” a neve com snowboard! Maravilha...




No bom lado da memória ficam também os banhos públicos: vários tanques com águas desde o muito frio até ao muito quente. Saunas de diferentes temperaturas e vapores e esfoliação da pele. É que um gajo sai de lá uns mesitos mais novo, sabem?