24 de setembro de 2020

Cuidado com os macacos

Num desses muitos paraísos que Moçambique nos oferece, passeava com o Leo rodeado de vegetação. Um cenário destes pode oferecer variada fauna e podemos ficar maravilhados com os gala-gala ou os pássaros ou as baleias à vista, etc…


Neste sítio havia um tipo de fauna mais atrevido, os macacos. Era óbvio que tinham alcançado um nível de confiança que os deixava aproximar dos humanos. Provavelmente por erro humano, pois algumas pessoas acham giro darem comida aos macacos e eles habituam-se. Estes aproximavam-se da mesa do pequeno-almoço com intenção séria de, a qualquer distração nossa, roubarem uma fruta ou pão ou o que conseguissem.

Alertei então a pequenada: “cuidado com os macacos”! O “cuidado com…”, é uma expressão que os pais têm sempre preparada e que costumam usar de forma abusiva. Mas o “cuidado com os macacos” fez-me parar e desatar a rir.



Eu, nascido e criado em Lisboa, só via macacos no jardim zoológico de Sete Rios, por trás das grades. A única actividade que via deles era quando comiam de forma mecânica os amendoins que lhes dávamos. Sem ser no ZOO, só me lembro de os ver na TV!

Aqui em Moçambique, o Leo desatou a chorar quando pretendia dar um passeio sozinho agarrado às suas bolachas e teve que voltar para trás por perceber a cobiça de um dos macacos pelas bolachas. Lavado em lágrimas disse: “papá…macaco quer bolacha Leo”. Como pai reconfortei-o, mas confesso que divertido pela situação peculiar.

Ensinei-o então a afastar os macacos. Sem atirar nada nem tentar bater, expliquei que podíamos dar uns berros, bater as palmas ou qualquer outra solução que recorresse ao barulho. Normalmente isso seria suficiente.

E foi.

Passado um bocado o Leo agarrou um pau que batia vigorosamente no chão e mantinha a macacada a um perímetro de segurança. Resultado: criança feliz, pai descansado e cada macaco no seu galho.



 

11 de setembro de 2020

Baleias à vista

É sabido que nalguns meses do ano as baleias visitam a costa de Moçambique. Nalguns locais a probabilidade de as ver aumenta devido ao ecossistema e  ao reduzido tráfego marítimo.

Se damos por nós num desses locais, nessa altura do ano, nasce uma esperança de ver qualquer coisa. Qualquer sinal de que as baleias estão no mar já valeria a pena a missão.

Mas quando vi, mesmo ao longe, a primeira espuma, invadiu-me uma excitação infantil.


Depois vi uma parte do corpo, que à distância pode ser qualquer coisa, mas bolas…é baleia!!


O espectáculo vai-se desenrolando ao próprio ritmo das baleias na natureza, lento. E eis que vejo o dorso de duas baleias a nadar a par, não muito longe da rebentação das ondas! Achei que tinha atingido o auge deste safari à distância.


Na esperança de ver mais dorsos e espumas, sentei-me em local próprio, munido de uma lente objectiva que me permitisse registar o que se passa lá longe no mar. 



E aí sim, o espectáculo começa e as baleias vão bailando à nossa frente, a tirarem partido da sua liberdade e do ambiente que ainda lhes permite voltar todos os anos, cumprindo um maravilhoso ciclo da natureza.





O auge, esse sim, foi atingido, quando a Bia quis fazer um desenho sobre o que mais gostou nesse dia…