22 de julho de 2007

Dá que pensar...

Continuo a dar formações aqui em Luanda. Formações num software específico para fazer e analisar mapas, o ArcGIS. Para quem não está habituado a estas "cartografices", eu faço uma breve e simples introdução. Desenham-se, sobre imagens aéreas, os elementos de que são feitos os mapas: estradas, casas, jardins, etc…o que quisermos!! Estes são chamados os elementos gráficos. A cada elemento gráfico pode-se associar informação, kilos dela! Uma tabela associada a cada elemento gráfico pode conter informação sobre tudo: o nome dos jardim, o número de andares por prédio, o estado das estradas, etc…
Fiz-me entender? Obviamente o software faz outras coisas, mas neste contexto, esta explicação servirá...
Estávamos precisamente num exercício de desenhar estradas e atribuir o respectivo ano de construção. Como costumo fazer, nestas alturas dou total liberdade aos alunos de colocarem as datas que quiserem. “Inventem à vontade e ponham datas ao calhas”, disse eu. É apenas um exercício, assim não estão à espera que eu dite e acho que os motiva mais. Longe estaria eu de pensar no que iria dar. Começo a olhar para as datas num computador e…eram especiais!! “Coincidência”, pensei eu. Olho para outro computador e, mais ou menos as mesmas datas! Quando pesquisei os quatro computadores da sala, a conclusão estava tirada. Todos, mas TODOS eles, indicaram datas que rondavam os anos de 1966, 1989 e 2006. Anos de respectiva ocupação Portuguesa, Russa e esta nova vaga internacional!! Relembro que as datas se referiam ao ano de construção das estradas… Será que este país avança aos soluços? Será que precisam de constante impulso? Será que é um país de ciclos? Constroem-se castelos na areia e espera-se que se desmoronem para reconstruí-los? Perguntas para as quais não tenho respostas...mas gostaria de ouvir a vossa opinião!!

2 comentários:

Joana disse...

Provavelmente só com impulsos externos o país pula e avança.

Tu és um desses impulsos, na engenharia geográfica e quem sabe no polo aquático...

macaca grava-por-cima disse...

Não diria melhor Joana... é isso mesmo!!! Ainda que para impulsionar e avançar mesmo seja preciso partir muita pedra!