29 de novembro de 2007

Tchioco

Petisco no Domingo….compras no Sábado! Percorremos vários sítios, porque em Angola raramente se arranja tudo o que queremos num mesmo sítio! A solução é fazer um roteiro de supermercados durante a semana, ou mercados de rua ao fim de semana, para satisfazer as necessidades.

Já fui a alguns mercados de rua em Angola, mas nenhum com a dimensão do Tchioco! O trânsito para lá chegar é caótico, o contrário seria até de estranhar. A estrada é um circuito de montanha russa sinuosa onde, só por vezes, se respeitam as faixas de rodagem. Até lá chegar é cada um por si e cada um sabe do seu carro…o que é certo é que todos chegam lá, jipes, pick-ups, candongueiros, motas e até carros “normais”.

Uma vez lá chegados, a sensação é ter entrado num formigueiro, num turbilhão de negócios onde, à vista de qualquer um, TUDO se vende…imagino por “trás das cortinas”! Serve de exemplo este digníssimo posto de venda: nuns simples 5 metros quadrados encontramos instrumentos de música, carrinhos de bebé, geradores, TV’s, rádios e outros electrodomésticos…
Correm atrás de nós miúdos a vender sacos de plásticos a 10kzs (0,1 €) para guardar as futuras compras. Começam por ser 3 ou 4…e acabam mais de dez! Compramos sacos e alguns seguem as suas vidas…outros iniciam de imediato outro negócio: lavar ou guardar carro, acompanharem-nos no labirinto do mercado ou servir como posto de informações para nos dirigirmos a alguma secção directamente.

O mercado tem várias secções, com divisórias relativas, mas minimamente organizadas.
Fomos à secção de comidas onde, com panos no chão ou em bancadas feitas, se expõem os produtos alimentares. O pessoal serpenteia-se no meio disto tudo, contornando uma água duvidosa que desenha o caminho. Um enxame de moscas avisa-nos que estamos a passar no “talho”, formado por uma fila de arcas que descongelam sob o sol impiedoso. Pés descalços vendem-nos alho, aos molhos…e até descascadinho, imaginem o luxo!
Cuidado com o chão que o caudal “daquela coisa” agora aumentou. Para quem gosta de fotografias, como eu, este mercado é uma perdição! O movimento, as cores, as personagens…tudo cativa a minha atenção. Vendedoras que, enquanto aguardam próximo cliente, vão traçando o cabelo à colega, enquanto dão de mamar à criança pendurada. Bebés que são largados nos molhos de couves ou nos sacos de feijão, enquanto as mães fazem o troco. E toca de olhar para o chão que já há muito tempo não faço atenção e estou a sentir os pés molhados!


O primeiro embate no mercado foi uma cascata de cenários dos quais gostaria de fotografar, como deve ser, pelo menos 20% e poder partilhar com vocês! No entanto, desconhecendo o local, não levei a máquina “séria” e apenas tinha a máquina “discreta” comigo… Este local, que eu gostaria de fotografar, deixaria a ASAE, tão activa em Portugal, de cabelos em pé. Aqui é que gostava de vê-los actuar…nem sabiam por onde começar!!

Prometo que, se conseguir, tirarei fotos “como deve ser” de algumas partes do mercado…e farei aqui uma exposição. Até lá tenho que ter cuidado para não ser roubado, espancado ou, na melhor das hipóteses, expulso…

Depois do mercado passámos numa espécie de “drive market”. Negócio muito comum em Angola e que fará inveja a qualquer europeu na correria do dia a dia.
Aproximo o carro de um local estratégico e somo bombardeados com preços, produtos, descontos, elogios à qualidade da fruta, chegam mais vendedoras, couve lombarda, ananás a 400…não, já tá a 300, banana a 100…mas estão muito maduras, ameixas a 200, morangos, batata, tomates, malaguetas, banana melhorzinha a 100 outra vez!! E é assim que confortavelmente sentados no carro, escolhemos da montra dinâmica os produtos que nos interessam…

22 de novembro de 2007

Nome próprio

Em Portugal, quando um casal tem um filho e lhe quer dar um nome, tem que pensar e escolher. Mas escolher de uma lista predefinida, devidamente homologada, histórica e juridicamente justificada. Não há avarias e os nomes vão-se sempre repetindo…
Qualquer casal que se proponha a dar um nome diferente, enfrenta um longo caminho e, por vezes, com as portas fechadas no fim!

Em Angola não!
Há uma total liberdade nos nomes a dar aos filhos. O que até não acho má ideia! Assim se explora a imaginação dos progenitores e o nome pode ser algo de pessoal, sentimental, mesmo! Com muita imaginação até se pode criar um nome único, que nunca lembrou nem nunca lembrará ninguém…pode acontecer, certo? Claro que dá azo às histórias que costumamos ouvir, principalmente do Brasil, nomes de actores conhecidos, de políticos ou de algo mais ousado…é grande a variedade!

Caso notável é o deste indivíduo que mostro na figura. Os demais elementos do Bilhete de Identidade foram ocultados, para preservar a sua identidade, mas só vos digo…é pena!


O seu nome próprio, que vem no B.I., é Doutor! Já viram o genial que isto é?? Parte para a vida com um avanço intelectual formidável. Um homem destes, sem estudar, é sempre chamado de doutor…é mesmo…é o nome dele!
- Na escola destaca-se de imediato na chamada dos alunos: “Doutor Ezequiel está?”
- Com as “damas” faz furor e convence muito melhor os sogros. “oh pai, mas o Ezequiel é Doutor…meeeesmo!”
- Nas entrevistas de trabalho, à partida, têm que o chamar de Doutor…charme…Mesmo que não tenha sequer a licenciatura…
- Com os colegas de trabalho não há descanso às formalidades, mesmo que ele não queira, têm que o tratar por Doutor. Ele não pode pedir que não o tratem por doutor…é a mesma coisa que vos pedir que não me chamem André!
- O auge é se este nosso amigo tira um curso de engenharia e um doutoramento. Aí sim…bate qualquer peneirento: Doutor Engenheiro Doutor Ezequiel!

GENIAL…

19 de novembro de 2007

Etosha

O parque nacional do Etosha é uma das principais atracções turísticas da Namíbia. Devo-vos confessar que, sem querer ser ingrato, no conjunto turístico oferecido pela Namíbia, eu escolheria um passeio pelo deserto de dunas vermelhas, mais a sul e junto ao mar! No entanto, envolveria mais tempo e logística diferente. Assim, o Etosha foi o destino escolhido.

“Etosha” quer dizer “bonito lugar branco”, cujo significado vem de uma área enorme de deserto salgado no seu interior. O parque, fundado em 1907, conta hoje com uma área total de 22912Km2, dos quais 4731Km2 ocupados pelo referido deserto.
Nas horas de maior calor, o parque é uma autêntica frigideira, fazendo um calor que derrete os nossos mais serenos pensamentos! Por isso, para ver a bicharada a essas horas, temos que estar atentos às sombras e aos lagos que estão distribuídos um pouco por todo o parque. Escolhi uma visita a um parque de vida selvagem que, ao contrário do que se possa pensar, é sempre uma visita diferente. Difere a paisagem, diferem os animais que se vêem, diferem os comportamentos de alguns deles, etc…Se algum de vocês me perguntar porquê fazer 800 Km para ir ver bichos, às vezes distantes das vistas sem binóculos, estar sujeito à sorte de ver um ou outro mais raro, a ver a injustiça das presas, a sentença de animais feridos e não poder interagir com nada…a resposta é pessoal e subjectiva.

Porque como humanos estamos a observar aquilo que mais se aproxima da pureza do instinto animal, porque o Homem se sente esmagado pelo equilíbrio próprio da natureza, porque se aprende imenso da sobrevivência animal, porque cada espécie é particular e….principalmente, porque o Homem não pode nem deve interferir!
No parque do Etosha o passeio faz-se por picadas facilmente transitáveis, até por autocarros. Obviamente tem um lado positivo e outro negativo. O lado positivo é que a nossa invasão no espaço deles é mais reduzido, dando-lhes espaço e confiança para seguirem as suas vidas. O lado negativo é que, a nossa natural vontade de seguir um bicho de perto ou uma caçada, fica por terra…por terra batida da picada!

Está disponível um mapa, nas entradas do parque, de todas as picadas que podemos e devemos percorrer. Os passeios podem ser feitos com guia ou mesmo por auto iniciativa, com o próprio carro…

Ao longo de todo o parque existem vários locais onde se pode dormir, locais que aqui são chamados de Logdes….

Há espaço para todos e para todas as carteiras! O modelo mais acessível é o campismo, onde se paga 20 euros por noite. Barato, comparado com os 170 euros de quarto individual/noite!! Há lojas onde gastar dinheiro, bares e restaurantes para confortar o estômago, ou piscina para momentos de relax…um luxo em plena selva.

Para acampar há boas condições…cozinha, locais para churrasco, boas (leia-se limpas) casas de banho com duche quente a qualquer hora do dia e acesso à electricidade, desde que convenientemente adaptada! Fica aqui o apontamento do formato das fichas. Na Namíbia, as tomadas de electricidade têm a mesma voltagem, mas com 3 entradas e, à falta de adaptadores (o meu caso), ficamos sujeitos à bondade das pessoas da recepção!

Envio-vos alguns “postais”, via net, de imagens que fui capturando:

Num passeio nocturno, feito com guia, tive a sorte de avistar, pela primeira vez na vida, O rei…um leão autoritário, deitado a descansar.

Se alguma vez vos surgir a dúvida de quem deve ser o rei da selva…ao verem um leão perceberão facilmente! Felino, força bruta, um fastio que lhe permite devorar até 40Kg de carne num dia, agressivo, territorial e dentes de dimensões assassinas são algumas características que o colocam no trono…indiscutivelmente!

Não bastando a sua condição física e guerreira, tem um rugido que nos emudece! A dada altura, este “bichinho” decidiu começar a rugir, som que partilho com vocês no vídeo.

Posso dizer-vos que é aterrador. Um som que vem das profundezas do animal, que faz vibrar o carro (que de repente nos parece mais frágil) e nos sustém a respiração, receando fazer algum gesto que ele não goste! E quando o leão ruge, ou canta, meus amigos…não se houve mais nada na selva!!

Uma hiena.

Animal feio, necrófago, ladrão e desajeitado! Esta em especial, estava grávida e por isso, muito cautelosamente, dirigiu-se ao ponto de água. Aproveitou para beber e tomar uma banhoca! Vá lá…é feia, mas asseada…
A paisagem vai mudando constantemente, entre o deserto, a floresta de árvores secas ou floresta de árvore verdes. O que vêem nesta foto, atrás da árvore, não é um lago, mas sim a mais clássica das miragens do deserto…imaginem agora o calor!

O que acontece muitas vezes nestes safaris, e contra mim falo, é uma ânsia grande por ver bichos grandes, por ver, principalmente, felinos, que são os mais raros de avistar! Mas, um passeio mais atento ensina-nos que o safari pode ficar muito mais completo, basta estarmos atentos a isso. Pássaros de todas as cores, árvores bonitas, flores coloridas, paisagens esmagadoras e um céu invulgarmente estrelado, fazem parte de um cenário que muitas vezes, infelizmente, passa despercebido aos “caçadores de bicho grande”!

14 de novembro de 2007

Até à fronteira...

Através de uma ginástica de folgas, feriados e fim-de-semana, arranjei umas mini férias Os feriados em Angola, quando calham a um Sábado ou Domingo, são legalmente deslocados para o dia de semana adjacente…fantástico, não? Mais um dia de férias e eis que obtive 4 dias para passeio… O destino foi o país vizinho mais próximo, a Namíbia.

O carro, conduzido por mim e por mais uma colega, foi emprestado pela empresa e tratava-se de um touro de força na forma de veículo! Land Cruiser de 6 cilindros, 4100 c.c, dois depósitos de gasóleo com 80 litros cada…uma máquina à séria, pujante e resistente a tudo. Perfeito para deslocações africanas.

A partida faz-se ao alvorecer, como mandam as boas práticas africanas. Sem luz na estrada, alguns carros com pouca ou nenhuma luz e com extensões grandes a percorrer, o melhor é fazer o percurso todo com luz do dia. Partimos ao nascer do sol, às 5h da manhã…

O caminho faz-se bem. É composto por vários troços, respectivas características, dificuldades e velocidades médias. No global fazem-se 400Km em 5 horas…nada, nada, mesmo nada, nada mau!! Troços com alcatrão esburacado que, na minha opinião é o tipo de piso mais adverso. O alcatrão dá-nos condições para imprimir uma boa velocidade quando, de repente, nos vão aparecendo buracos debaixo dos pneus. Desviamo-nos de um, de outro, mas são tantos que, às tantas, temos que começar a pensar em quais poderemos cair para minimizar os embates do carro. Às vezes somos mesmo apanhados numa turbulência sem ter por onde desviar… Troços com picada feita de brita fininha. É um bom piso…se não tivermos nenhum carro à frente a cuspir pequenas pedras que batem no vidro e nos braços, se as janelas forem abertas. Troços de areia que, às vezes é a melhor opção para contornar o alcatrão que resta.

.Foram-se criando, ao longo do tempo, estas picadas que acompanham a estrada e dão descanso à suspensão do carro. No final desta descrição devo ser justo e mencionar que ao longo de todo o percurso vão-se vendo obras e movimentações com o objectivo de melhorar as estradas. Posso dizer-vos que em 3 dias passados da nossa ida, tínhamos, no regresso alguns troços melhorados. Posso dizer-vos também que, há um ano atrás, estas 5 horas eram 7!

A fronteira terrestres de Angola com a Namíbia é uma divisão entre países, costumes, civilização e maneiras de ser na vida!!

Do lado Angolano o caos é geral. Trata-se dos papéis a reboque de algumas burocracia, diferentes guichets, pagamentos, e filas. Filas que têm uma forma totalmente aleatória, formando, por vezes, aquilo a que chamamos “fila indiana”. Maior parte do tempo a ordem de atendimento é uma luta de cotovelos silenciosos mas firmes para se afunilarem numa janelinha de 1 metro quadrado. Para nos atender temos uns desleixados funcionários que, vestidos como querem, dentro de um contentor, “lá vão fazendo as coisas”! Venda de fruta, berros, trocas de dinheiro, crianças temporariamente abandonadas, esquemas de travessia…é o cenário que nos envolve.

Do lado Namibiano temos um edifício sólido onde somos recebidos por polícias fronteiriços devidamente fardados que falam inglês (língua oficial) mas que vão fazendo um esforço para entender o português também. Preenchemos um papelinho, temos direito a um carimbo e já está: Welcome to Namíbia!

Muda a faixa de rodagem, muda a língua, muda a moeda, mas numa primeira fase não muda muito mais. Na fase de transição a língua que mais se ouve é o Português e o caos de compras e negócios fronteiriços é grande. Só uns quilómetros mais à frente nos apercebemos do novo país: ausência de lixo nas bermas, sinais de trânsito frequentes, boas estradas, semáforos funcionais, edifícios sólidos e indicações rodoviárias.

O primeiro desafio foi, no entanto, na fronteira. A condição para podermos levar o carro foi trocar jantes e pneus!! Trocar dinheiro, saber preços, fazer regras de três simples sob pressão para acompanhar a recente troca de moeda, fazer contas, telefonemas, regatear, negar, reconsiderar e….3 horas depois estávamos de novo na estrada, com nova “xanata”.

Todo este rodopio em 3 línguas! Português que alguns deles aprenderam como estratégia de negócio, Inglês e Quanhama (um dos dialectos mais comuns na Namíbia). Português e Inglês entre mim e eles, o Quanhama entre eles…

Mais duzentos quilómetros e entrámos no Etosha National Park

8 de novembro de 2007

Topografando


Do trabalho não tenho razões de queixa! Tenho trabalhado na minha área, que tanto gosto, e tenho feito tarefas sempre diferentes, como já fui contando! A mais recente foi outra vez no exterior, sempre agradável, a desenferrujar os conhecimentos de Topografia! Para isso pude contar com a ajuda de alguns colegas/amigos, em Portugal! Companheiros…desenrasquei-me!!! Eh eh eh…

Tarefa: fazer um levantamento topográfico, à escala de 1:500 de um terreno comprado pela empresa onde trabalho!

Material: dois GPS e uma estação total (uma espécie de teodolito mais evoluído!) cujo objectivo não é mais do que medir ângulos e distâncias.


As características do terreno não foram as mais fáceis, para primeiro trabalho de topografia a seguir à faculdade!! Muitas casas, caminhos mal definidos, muros e paredes nem sempre direitos! As pessoas sempre desconfiadas, porque os terrenos estão ocupados por elas há anos e receiam, naturalmente, que sejam despejadas! Muitos, muitos miúdos…sempre a acompanhar os trabalhos, a pedirem dinheiro, a fazerem perguntas, a pousarem para as fotos, apenas a olhar…há de tudo!


Um dos miúdos, com cerca de 8 anos, disse: “Hoje fiz as minhas provas finais…e vou passar de ano! Agora quero aprender isso (a Topografia)”…. Vai longe este miúdo! Já que a miudagem estava sempre presente e tão interessada, porque não contar com a colaboração deles?

Como este da foto, que andava por ali aos tombos…demos-lhe uma tarefa bem necessária em Topografia, afastar os ramos que impossibilitam a visibilidade! Cumpriu-a com empenho.

E por isto tudo apresento-vos, com algum orgulho, o meu primeiro levantamento topográfico, feito em conjunto com dois Angolanos, o Edmar e o Zé Mário!

5 de novembro de 2007

Desperdícios

Maior parte dos musseques em Angola têm escassas condições de habitabilidade! Não há água canalizada, nem devidos escoamentos sanitários. O lixo é deitado fora à vontade de cada um para onde apetece. A convivência com o lixo e esgotos tem um resultado obviamente negativo!

É uma convivência que coloca Angola no 2º lugar do ranking mundial de mortalidade infantil!! Com uma mortalidade de 250 crianças em 1000, na faixa etária até aos 5 anos, este é um índice crítico!!!

Não bastando os rios de esgotos para haver infiltração nas terras, fazem-se fossas sem condições nenhumas. Fossas que não são correctamente esvaziadas ou limpas, deixam infiltrar toda a porcaria pelas terras e as consequências mais visíveis são na agricultura e nos lençóis freáticos. Tudo contaminado! Uma das fontes da febre tifóide, doença que mata se não for bem tratada, é este “ciclo” imundo que contamina as culturas!


Os lençóis freáticos contaminados não permitem que se beba ou se lave os dentes com a água da torneira! Para cozinhar com esta água é necessária uma fervura de 15 a 20 minutos! O gasto de água mineral para as pequenas tarefas como lavar fruta, dentes, fazer gelo, etc…é um gesto que coloca atónito qualquer Europeu de bom senso!

Actualmente, apenas 20% da população Angolana tem acesso à electricidade!!! E lembrem-se…é um valor indicativo para quando há abastecimento! Com a frequência dos cortes de luz…este indicador começa a descer! Percentagem que faz disparar o negócio de geradores a gasóleo!
Engenhos tenebrosos que estão na origem de muitos acidentes domésticos, dos quais posso falar, infelizmente, como testemunha! Máquinas poluentes do ar e produtoras de ruído! Gastadores de gasóleo que circulam pelas ruas em bidões sem condições, que são guardados em locais duvidosos! Chamem-me naíf à vontade, onde se fala de crescimentos económicos de 35%ao ano, há falhas básicas como estas? As conquistas dos países mais desenvolvidos não deveriam servir como base para os que estão a evoluir?……ou haverá interesses nisto tudo?