29 de dezembro de 2007

Impacto

Dezembro. Deslocação Luanda-Lisboa. Impacto.
Nesta quadra natalícia a vinda a Portugal acarreta uma mudança brusca dos hábitos diários. Em primeiro lugar há a mudança repentina de estação do ano. Directamente do verão, vem-se parar ao Inverno rigoroso…um Inverno gélido. Com 20 graus de diferença tem que se ir mesmo ao fundo do baú e buscar aquelas coisas inúteis em Luanda: casacos, cachecóis, gorros, meias grossas. Não estou a exagerar meus amigos…posso dizer-vos que sofri nos 2 primeiros dias. Cheguei mesmo a pensar que o “todo-poderoso” estava a ser, sem razão aparente, demasiado severo para com as gentes de Portugal. Só depois percebi que era normal…era Inverno.

Depois houve o impacto de rotinas. Mesmo sendo o Natal um acontecimento quase mundial, a azafama que aqui encontrei foi demasiada! Andavam pessoas nas lojas tipo formiguinhas trabalhadoras a fazer compras de Natal. Seguindo várias estratégias, comprando atempadamente ou na manhã do dia 24, havia sempre enchentes de lojas e centros comerciais. Não fui imediatamente “mordido” por este sindroma. Chegado de uma cidade que tem UM centro comercial senti-me em pânico de fazer um roteiro deles aqui na cidade. Usando a máxima de que o Natal é quando o Homem quiser, fiz as minhas comprinhas, calmamente nos dias a seguir ao 25. O que conta é a intenção…

Para culminar estas mudanças…ia atropelando uma pessoa nos primeiros dias de condução em Lisboa. Chegado de uma cidade onde o peão é a última coisa a ter prioridade nas estradas, não me dei bem com os estranhos hábitos que aqui se têm! Não é que com a mania de direitos humanos, responsabilidades civis, valor moral do cidadão e o caraças, esta malta atira-se para a estrada convencidos de que o carro vai parar? Numa passadeira sem semáforo, o peão achou-se no direito de atravessar a estrada quando bem lhe apeteceu…sem esperar que o carro lhe desse autorização visível!!! Onde já se viu? Amiguinho peão…dou-te um conselho: se fores a Luanda tem calma a atravessar a estrada e olha para todos os lados, mesmo os que não são óbvios!!

12 de dezembro de 2007

Dubai in Luanda

Já tive oportunidade de vos falar da famosa marginal de Luanda. Uma senhora marginal, envelhecida e desgastada, mas ainda com um porte admirável! Larga, com construções palacianas, é uma referência nesta cidade. Eu confesso que mesmo com as imagens que tinha dela, com as expectativas que criei…fiquei agradavelmente surpreendido quando a vi pela primeira vez!

Pois neste momento estamos a assistir a um novo período deste “monumento” da cidade. Talvez uma “operação plástica” para que possa suportar o cada vez maior fluxo de trânsito e pessoas na cidade.

Sob técnicas “Dubaianas” reinventa-se espaço de terra firme na baía de Luanda. Barcos, bóias, escavadoras e holofotes concentram-se, desde Setembro, a extrair areia do fundo da baía e colocá-la junto à costa, fazendo uma extensão ao calçadão cá do sítio.

Toneladas de areia são injectadas dia e noite para a superfície onde, depois de lapidadas por escavadoras, formam um lindo e brilhante areal que, daqui a uns tempos, preencherá a baía por completo.

Projecto do qual já se fala há algum tempo, planeia a colocação de esplanadas, restaurantes, locais de lazer e espaço para passear em plena marginal. Prevê também o alargamento das estradas de acesso. Aliviam assim a famosa “ilha de Luanda” (a caminho da saturação), exploram mais a parte baixa da cidade, dando-lhe vida e dispersam mais as pessoas. Até aqui tudo bem…não estivéssemos em Luanda!! Acredito seriamente que haverá pelo menos 100 prioridades a esta construção megalómana.

Mesmo assim, caros amigos, vamos combinar uma coisa. Fazem-me o favor de ficar impressionados com esta obra de progresso, espalhar a palavra de que Luanda está ao nível de um Dubai com projectos ousados e socialmente úteis, ok? E não digam a ninguém que a 100 metros desta megalomania se encontra um musseque de dimensões consideráveis, onde as condições de vida são demasiado humildes e difíceis. Não contem a ninguém que as estradas para chegar à marginal (e tantas outras) têm vindo a ser devoradas pelas chuvas, abrindo buracos que engolem carros…

9 de dezembro de 2007

sTrESE

Está em contagem decrescente a prestação de contas, perante o digníssimo júri, da tese que tenho carregado às costas…
Fica aqui o convite. Até ordem em contrário será no dia 20 de Dezembro às 15h, algures no Instituto Superior Técnico. Quem quiser/puder/tiver pachora ou vontade…apareça. Não prometo a tarde mais divertida das vossas vidas. Não sei o que vai dar e provavelmente estarei uma pilha de nervos…mas pelo sim pelo não, nesse dia, tomo banho de manhã!


7 de dezembro de 2007

De novo em Luanda...

Avião atrasou 1 hora.
Malas demoraram 1 hora a saírem.
Tudo normal!
Luanda:
Min.: 21º
Máx.: 28º
Humidade: 74%

5 de dezembro de 2007

Céu

Talvez por estarmos entre os 1700 e os 2100 metros de altitude, talvez por estarmos cercados de montanhas, talvez porque em África a natureza ainda é relativamente espontânea, talvez porque as paisagens cá têm muito espaço por onde se estender…
A resposta exacta não a tenho, mas tenho a observação…do céu do Lubango, dia e noite. Podia dar-me para pior…mas tenho reparado na cúpula celeste.

É enorme a facilidade com que se formam as nuvens aqui, havendo mesmo alturas em que estamos perante mini remoinhos aéreos em suspensão numa clara fuga de pressões atmosféricas (seja lá o que isto for!). Nuvens gigantes e carregadas aparecem, geralmente a hora marcada, por detrás das montanhas e a sua chegada, geralmente, faz-se anunciar com o ronco de trovões assustadores. Nesta época do ano a chuva é quase diária e esta agitação atmosférica é quase uma rotina.
Ao fim da tarde, as nuvens, com a cor alaranjada, desenham formas enormes, fortes e bonitas. Também ao fim da tarde se fazem adivinhar algumas tempestades que vão acompanhar a chegada da noite…nuvens “cinzentonas” que abafam qualquer outra tentativa, por parte de S. Pedro, de nos oferecer estrelas…

À noite, quando as nuvens dão alguma folga, a lua substitui os candeeiros ausentes das ruas. A pouca electricidade que há na cidade e a presença das montanhas faz-nos acreditar que a lua está ali só para nós, ocupando uma grande parte da noite…não nos deixando indiferentes ao seu olhar…

3 de dezembro de 2007

Tarefas de fim-de-semana

Não é que queira fazer inveja mas, já que me encontro no verão, já que era fim-de-semana…rumei à praia! E para que não pensem que eu cá, desgraçadinho, ando por terras Angolanas a trabalhar pouco, a viver em condições dificeis…aqui ficam imagens de algumas tarefas desenvolvidas no fim-de-semana…

Drink’s de frutas, com ou sem alcool


Repouso


Petiscos. Desde que chegamos até ir embora, o grelhador está sempre com carvão quente…é só usar a grelha!

Banhos. Só faltam mesmo as ondas para dar agitação ao mergulhos. Mas…se calhar, neste contexto…seria um stress. Melhor assim!