23 de março de 2016

Zero calorias

Num dos países com maior presença de obesos há coisas muito engraçadas. Há uma espécie de reaprendizagem para comer. Na terra do tio Obama parece que a comida tem que vir com instruções para poder ser entendida. Explicações como “manteiga que vem da vaquinha que come capim”, ou “ovos biológicos”, ou “calorias zero” deixa-nos a reflectir qual será a base de crescimento dos animais que não comem capim, ou não são biológicos, ou que tipo de ginástica fazem para fazer desaparecer as calorias!


Um pouco por todo o lado há uma obsessão pelas calorias. Todos os seus valores são descritos e só os que têm calorias baixas, ou mesmo zero, é que parecem ser apelativos. Como se isto não fosse também um modo de fazer negócio e de adulterar a comida, sabe-se lá com que consequências! Alguma da comida exposta deixa-nos a dúvida se é para comer ou só para expor, tal é o aspecto plástico. Poderão algumas pessoas advogar a beleza da comida, a sua preservação, mas eu sou céptico, temo pela minha dentição se der uma dentada em tal artificialismo. E imaginem só a quantidade de química para adulterar a comida para, dizem, torná-la melhor!


 Nos supermercados o que mais se vê é comida rápida com receitas imediatas: “5 minutos no micro-ondas”, “saudável, saboroso e fácil”. A quem querem enganar? A maior parte das prateleiras está pejada de comida plástica, em embalagem plásticas e com receitas plásticas, distanciando-se assim dos produtos base, dos elementos naturais. Mas os elementos naturais envolvem terra e tempo. Tempo há sempre pouco. Sobre a terra devem haver diversas teorias sobre os seus malefícios e contaminação. Como é que uma coisa que vem do chão pode ser saudável? Imaginem se se conta a verdadeira história às pessoas: uma batata vem da raíz duma planta, o ovo do rabo da galinha e os bifinhos são na verdade partes esquartejadas do corpo dum animal! Que horror! É melhor vir tudo embalado com dizeres simpáticos…

O tabu do momento parece ser o açúcar (ai, agora é que o meu blog é censurado!). Fazem deste doce elemento uma poção enviada pelo demónio para nos drogar e nos tornar viciados! Nas opções para adoçar o café existe uma variedade surpreendente de açúcares, abrangendo também os adoçantes. Mas não basta ser adoçante, tem que ser adoçante zero! Que sabor fica para contar!? Que inventarão a seguir? Gordura benéfica? Chocolate saudável? Oxigénio que emagrece? Por favor…

A educação está numa só palavra: moderação. Mas esta envolve tempo, claro.

Já que se levantou o assunto, vou contar-vos um segredo: a ingestão de calorias, só por si, não faz mal! Comam calorias, ingiram açúcar, mastiguem gordura, tanto quanto vos der prazer, sem esquecer a moderação. Depois façam por manter o equilíbrio, queimando tudo em forma de exercício, que vos der mais prazer! É esse um dos princípios fundamentais da natureza: "Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma". Sem tantas restrições mentais, acabarão por tirar mais prazer da comida…