Este post serve para reflectir sobre
duas formas de fazer cocó. Esse gesto diário, incontornável e necessário a
todos. Não pelo cocó em si, como imaginam, mas pela forma…
Apresento duas formas distintas
de aliviar as nossas necessidades maiores.
O buraco da latrina. Ainda muito
comum no Moçambique real, e em tantos outros locais do mundo. A latrina oferece
nada mais que um caminho para um depósito de dejectos. Podem ter água ou serem
secas, mas raramente são confortáveis. Resolve o que tem a resolver, mas deve
muito à ergonomia e por vezes o incómodo de insectos é perturbador. A higiene é
básica mas garantida.
Já outro exemplo é uma sanita com
telecomando. Este tipo de sanita tem estado muito associado a países super
desenvolvidos, tendo sido este exemplo fotografado na Coreia do Sul. Sanita
cujas características abrangem também as funções de bidé. Com o telecomando
controla-se todo o mecanismo: i) aquece o aro onde se senta; ii) aciona-se o
autoclismo; iii) liga-se a água do bidé em esguicho; iv) activa-se a ventoinha
para secar o rabiosque. O conforto é evidente. Já que estamos na onda da
excentricidade, eu acho que falta um sistema de som e apoio para jornal/revista
para entreter durante o momento. Talvez num próximo modelo…
Muito bem. Penso que os nossos
olhos já escolheram. Agora vejamos na perspectiva de impacto ambiental e
recurso a energia, assunto tão em voga e onde todos estamos envolvidos, para o
bem e para o mal! Imaginam a quantidade de energia necessária para executar
todas as funções da sanita do telecomando? Electricidade, muita água
e…telecomando!
A latrina é um buraco. Pode ser
embelezado com cosmética mobiliária para dar a ilusão de que é uma sanita. E é!
A energia necessária é quase nula. Algumas nem usam água e ter as estrelas como
candeeiro é sempre uma boa experiência. Aquilo que chamamos de porcaria pode
ser reaproveitado para a natureza.
É engraçado como aquilo que nos
arregala ao olhos é o que mais brilha e nem sempre o mais adequado.
É engraçado como aquilo a que
estamos habituados nem sempre contribui para a saúde do ambiente. Basta mudar
alguns hábitos e multiplicado por milhões faríamos a diferença nessa tal
sustentabilidade, que tanto se fala.