O aspeto físico é
feio. Penso que todos concordamos. Olhos enormes, desproporcionais em relação
ao corpo e muito negros, contrastando com a pele e fazendo acreditar que os
olhos são maiores que a cabeça.
Fotos amadoras de minha autoria.
Nas patas têm uma
espécie de ventosas, como se fossem dedos achatados cheios de rugas. Isso
permite-lhes andar na vertical ou em tetos, fazendo prever o seu poder de
sucção. Ao toque têm uma textura gelatinosa.
À
vista notam-se, nalgumas espécies, os órgãos através da pele translucida. Ao
sinal de ameaça desintegram o próprio corpo, largando a cauda que pretende
despistar o seu predador. Ficam depois com um coto na parte de trás do corpo
que em nada contribui para as embelezar!
Como não conseguem
piscar os olhos, usam a grande língua para limpar a vista. A língua é também a
grande arma de caça. Esticam a língua na direção da presa e, com a ponta
pegajosa, capturam a vítima levando-a ainda a espernear para dentro da boca,
onde são engolidas na direção, primeiro, da morte, depois da digestão. Não li
em nenhum lado, mas desconfio que, ou têm um problema no sensor estomacal ou
têm mais olhos que barriga. É que às vezes vão a “bifes” que notoriamente não
lhes cabem no goto.
Serpenteiam sempre
que se movem, fazendo analogia a outros répteis, com outros venenos e muita
fome.
São
geralmente individualistas e na época de acasalamento tornam-se muito
territoriais. A comunicação sonora, emitindo estalidos ao fazer vibrar o corpo,
é uma especificidade que as distingue dos lagartos, por exemplo.
As osgas são, de
forma geral, injustamente odiadas e muita gente só pensa em matá-las assim que
as vê. Temos muitas osgas na varanda da nossa casa cuja rotina é rondar a
lâmpada exterior, para onde os insetos são atraídos e ao mesmo tempo ofuscados,
tornando-os vulneráveis. Todas elas são bem-vindas...
É que, como é
sabido, entre os insetos que comem, levam também alguns mosquitos que, como
também é sabido, por estas
bandas, transportam malária. Assim, estas horrendas ternuras trabalham para
nós, baixando a probabilidade de picada de mosquito.
Mas isto é só um pormenor. As osgas são consideradas como
um equilibrador natural de insectos, evitando pragas descontroladas que podem,
por exemplo, dizimar culturas.
Factos que transformam, aos meus olhos, a descrição
anterior numa grande injustiça. As osgas são lindas, necessárias e devem ser
mantidas!
Por fim, uma
homenagem artística à osga, por Antoni Gaudi (daqui).