O trabalho obriga a deslocações…e se eu gosto destas viagens por estrada. Não me perguntem porquê. A velocidade média anda pelos 60 Km/h, as estradas estão cheias de buracos, há galinhas e cabritos a atravessarem sem aviso, os carros avariados mal se fazem ver, o pó infiltra-se em todo o lado e é perigoso conduzir de noite. Mas o que querem? Gosto…
As distâncias geralmente indicam-se em horas, e não em quilómetros. Porquê? Simples…da época seca para a época de chuvas, as estradas transformam-se e o tempo necessário para as percorrer altera-se.
A primeira deslocação foi a Mocimboa da Praia, a umas confortáveis 4 horas de viagem, quando a estrada está seca! Não vou dizer que Mocimboa está no fim do mundo, porque a Terra é redonda e não há fim à vista. Onde acaba um horizonte, começa outro; onde se desiste de um lado, renasce-se do outro. Mas Mocimboa parece ter sido esquecida pelo tempo. Alguns edifícios vão caindo, enrugados pela inactividade, tristes. Alguns locais contam a história do passado, cansados e inactivos. A electricidade chega por turnos e só os geradores garantem a luz a tempo inteiro, enquanto se espera pela energia da nacional Cabora Bassa.
Deixo-vos alguns postais:
Uma das actividades mais comuns: a pesca
A beleza natural
O parque infantil envelhecido pelo desuso
O ritmo da vida em Mocimboa...
Depois Pemba a Nampula, numas suaves 4 horas, quase sempre em alcatrão e finalmente a grande deslocação da missão: Nampula a Lichinga. Troço que foi feito em duas etapas, com pausa para almoço e activação da circulação em Cuamba. Foram cerca de 630Km feitos em 13 horas…com trepidação constante devido ao estado do piso. Mas o que há a reclamar se as costas são jovens, se a suspensão é nova, se há motivação, se a paisagem é agradável?
Só há a reclamar o frio que encontrei em Lichinga, cidade a cerca de 1300 metros de altitude. Tive que usar 3 camadas de roupa! E só de pensar que no inverno em Pemba não uso t-shirt em casa…
12 comentários:
A mim dá-me muito mais gozo uma viagem em estrada de terra batida do que uma boa auto estrada na Europa. Há sempre coisas para ver, como não podemos andar em grande velocidade, dá para apreciar. E, no fim, um belo duche dá imenso prazer. Ver a água a correr castanha de princípio e passar a transparente ao fim de algum tempo depois de muito exercício para tirar a poeira,não é para todos. Bjocas.Lena
Esta última fotografia está espectacular!!!!.....quando viajei da Beira para Pemba lembro-me de ter visto este fenomeno da natureza. E fotografias de vértices geodésicos já tens?.....
beijinhos
AP
Bem, 60 km/h é uma velocidade suicida no meio do mato nas picadas! Já percebi por que é que se queixa das costas... Parabéns pelas fotografias, que são espectaculares! E, voltando ao seu fenómeno Sporting, deixo-o com outro instante de Nampula.
Um beijo de mulata
http://beijo-de-mulata.blogspot.com/2010/06/nomes-que-dizem-tudo-motivacao-e-um.html
Lindo... Aquilo na penúltima foto é uma cascata?
Que belos passeios e fotografias...
conhecendo-te como conheço, imagino bem a tua satisfacao nas palavras que acabaste de escrever ( e meter inveja :P ) e sim...lindo andré..lindo !! aquela praia...aquelas paisagens...quase que da para sentir o cheiro... tambem querooo !! Há espaço para mais uma ?? ;)
Parabéns e beijinhos :)
Aquela água a sair das rochas é uma cascata, sim...é lindo!
grande andre....uns 200km batidos...
lindas as fotos priminho.....e essas paisagens sao muito tipicas em Nampula....se nao estou enganada....!
beijo meu bem e ca te espero em terras asiaticas...
xuac..
Simplesmente "linda paisagem". Xta na hora de eu agendar ferias internas.....(risos)
que maravilha de relato, André, gosto cada vez mais de te ler :)
e adoro road trips, adoro, são as minhas preferidas :)
gd beijo e aproveita tudo
Lindo. Tb eu gosto de o ler.
Obrigada por estes momentos
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