3 de julho de 2019

Cidade das bicicletas


Há cidades cujas rotinas ou características lhes atribuem alcunhas.

A nível de Moçambique temos, por exemplo, a cidade das acácias (Maputo) ou a cidade da 3ª maior baía do mundo (Pemba). A nível internacional temos a cidade que nunca dorme (Nova Iorque) ou a cidade do amor (Paris).

A cidade que vos trago hoje não figura neste altas de alcunhas, mas devia...

Quelimane é uma cidade plana, onde qualquer desnível de 1 metro tenha que ser vencido com a ajuda de degraus. Os acidentes topográficos mais significativos são mesmo os buracos das estradas. 



Acredito que este tenha sido um dos factores para que a bicicleta se tenha instalado em Quelimane. Desconheço a origem deste hábito na cidade, mas hoje as bicicletas têm prioridade sobre os carros. E como não ter prioridade?

  1. As bicicletas fazem bem à saúde;
  2. As bicicletas quase não fazem ruído;
  3. As bicicletas não poluem;
  4. As bicicletas dificilmente provocam engarrafamentos;
  5. As bicicletas não consomem combustíveis fosseis;
  6. A bicicleta é um descapotável que sai muito mais em conta;
  7. As bicicletas produzem energia;
  8. A bicicleta reduz o stress na circulação citadina;
  9. As bicicletas vão onde qualquer transporte vai (o constrangimento é o tempo, sempre esse malvado do tempo…);
  10. Uma mesma bicicleta leva pessoas, carga ou animais;
  11. A bicicleta estaciona-se em qualquer lado;



Aahhhh a bicicleta, como não? Acrescido a este fenómeno, existe o táxi bicicleta, que é a pérola da circulação citadina em Quelimane. Por 10 mtcs (cerca de 15 centimos de euros) vai-se a todo o lado na cidade. Bicicletas com assentos almofadados e suporte para os pés. Os motoristas podem ser mais ou menos conversadores, mais ou menos sorridentes (como em qualquer táxi). 
Circulam nas ruas como a água escorre pelos leitos dos rios e em menos de um minuto passará uma bicicleta táxi vazia para nos levar onde quizermos.


Numa bela manhã de Sábado, enquanto aguardava pela hora do voo para Maputo, dediquei-me a umas agradáveis horas a pé pela cidade a fotografar este interessante fenómeno, que partilho:

Cruzamentos de bicicletas e nada mais do que bicicletas


A tratar de expediente no banco de trás.



Aquele ponto mágico da cidade onde param os autocarros e começam as bicicletas.


Prémio equilibrio da manhã.


Bicicleta de carga.


Bicicleta com sombra.


Kit mãos livres, ou melhor, kit volante livre e mãos no telemóvel.


Bicicleta de transporte familiar.


Bicicleta carregando outra bicicleta.


Bicicleta adaptada.


Bicicleta do talhante.


Apoio técnico, garantido em muitas esquinas da cidade.



- Táxi, táxi, tenho um encontro do outro lado da cidade e não posso atrasar nesse trânsito infernal…


- É para já.




2 comentários:

Sara disse...

Hahahahahahahaha genial!

ana disse...

Muito, muito bom :D
Viva a bicicleta e Amesterdão tem muito que aprender :D
beijinhos com amizade
AP