Há cidades cujas rotinas ou
características lhes atribuem alcunhas.
A nível de Moçambique temos, por
exemplo, a cidade das acácias (Maputo) ou a cidade da 3ª maior baía do mundo
(Pemba). A nível internacional temos a cidade que nunca dorme (Nova
Iorque) ou a cidade do amor (Paris).
A cidade que vos trago hoje não figura
neste altas de alcunhas, mas devia...
Quelimane é uma cidade plana, onde qualquer
desnível de 1 metro tenha que ser vencido com a ajuda de degraus. Os
acidentes topográficos mais significativos são mesmo os buracos das estradas.
Acredito que este tenha sido um dos factores para que a bicicleta se tenha
instalado em Quelimane. Desconheço a origem deste hábito na cidade, mas hoje as
bicicletas têm prioridade sobre os carros. E como não ter prioridade?
- As bicicletas fazem bem à saúde;
- As bicicletas quase não fazem ruído;
- As bicicletas não poluem;
- As bicicletas dificilmente provocam engarrafamentos;
- As bicicletas não consomem combustíveis fosseis;
- A bicicleta é um descapotável que sai muito mais em conta;
- As bicicletas produzem energia;
- A bicicleta reduz o stress na circulação citadina;
- As bicicletas vão onde qualquer transporte vai (o constrangimento é o tempo, sempre esse malvado do tempo…);
- Uma mesma bicicleta leva pessoas, carga ou animais;
- A bicicleta estaciona-se em qualquer lado;
Aahhhh a bicicleta, como não? Acrescido a este fenómeno, existe o táxi bicicleta, que é a pérola da circulação citadina em Quelimane. Por 10 mtcs (cerca de 15 centimos de euros) vai-se a todo o lado na cidade. Bicicletas com assentos almofadados e suporte para os pés. Os motoristas podem ser mais ou menos conversadores, mais ou menos sorridentes (como em qualquer táxi). Circulam nas ruas como a água escorre pelos leitos dos rios e em menos de um minuto passará uma bicicleta táxi vazia para nos levar onde quizermos.
Numa bela manhã de Sábado, enquanto
aguardava pela hora do voo para Maputo, dediquei-me a umas agradáveis horas a
pé pela cidade a fotografar este interessante fenómeno, que partilho:
Cruzamentos de bicicletas e nada mais do que bicicletas
A tratar de expediente no banco de trás.
Aquele ponto mágico da cidade onde param os autocarros e começam as bicicletas.
Prémio equilibrio da manhã.
Bicicleta de carga.
Bicicleta com sombra.
Kit mãos livres, ou melhor, kit volante livre e mãos no telemóvel.
Bicicleta de transporte familiar.
Bicicleta carregando outra bicicleta.
Bicicleta adaptada.
Bicicleta do talhante.
Apoio técnico, garantido em muitas esquinas da cidade.
-
Táxi, táxi, tenho um encontro do outro lado da cidade e não posso atrasar nesse
trânsito infernal…
- É
para já.
2 comentários:
Hahahahahahahaha genial!
Muito, muito bom :D
Viva a bicicleta e Amesterdão tem muito que aprender :D
beijinhos com amizade
AP
Enviar um comentário