Nairobi, que podia ser uma cidade verde, pela frequência de parques, é muitas vezes um cenário cinzento acastanhado.
O matatu (candongueiro em Angola, chapa em Moçambique) não é mais do que uma Toyota Hiace, originalmente de nove lugares, mas modificada para levar um pouco mais. Fiquei no entanto agradavelmente espantado quando percebi que a lotação era limitada a apenas 16 pessoas. Quando enche, fecham a porta (que até lá vai sempre aberta com o cobrador empoleirado a tentar angariar clientes) e seguem caminho até haver nova vaga deixada por alguém que sai.
“e se eu fosse pelo passeio?”
“se eu fizesse apenas meio quilómetro em contramão chegava num instante!”
“era só passar os vermelhos todos e estava resolvido…”
Pois eles fazem-no…só não voam!
A influência cultural em Nairobi sente-se bem e é bem-vinda! Gente de todas as cores e feitios concentram-se naquela cidade. E isso, digam o que disserem, é bom!
Podem-se experimentar vários sabores, de vários cantos do mundo. Realço dois:
À entrada temos uma fornalha, que faz lembrar as descrições do inferno, onde jazem diversos tipos de carne. O pecado, diriam os vegetarianos, uma delícia, digo eu, omnívoro.
O menu tem uma percentagem reduzida dedicada aos que não comem carne, no meio de outras tantas opções excêntricas em redor dos animais. Não me parece que a ala vegetariana frequente muito este local…
A carne vem para a mesa em modo contínuo e só quando dizemos basta é que eles param. Até aqui nada de diferente de um qualquer rodízio de carne, espalhado pelo mundo. A marca deste restaurante faz-se sentir quando começa a vir carne de camelo, crocodilo ou avestruz.
Restaurante polémico que esgrima com a lei a oportunidade de servir carne de caça. Contraditório, podem-me acusar depois de ter mostrado fotografias de Masai Mara, mas se as coisas forem feitas com conta peso e medida, todos estes cenários antípodas podem conviver na mesma mente.
Coreano: com a companhia certa, uma guia por excelência a estas incursões do paladar, deixei dar-me a conhecer aos sabores do longínquo Este asiático.
Nem toquei no menu! De repente tudo se desenrola à nossa frente: um empregado sorridente trazendo soju, avivando a brasa e trazendo vários pequenos pratos com coisas de várias cores. Para quem nunca experimentou, aqui fica o meu aviso: comida picante!
O mais interessante deste picante (sim, porque o picante não é todo igual e tem coisas interessantes) é que a pessoa não se apercebe de onde vem. Qual o pratinho que tem picante? Resposta: quase todos.
Mas a reacção ao picante vem uns minutos depois, quando já estamos concentrados noutro pratinho e, quando começamos a sentir o calor já comemos de 3 ou 4 pratinhos e já não sabemos qual o responsável. Verdade é que é tudo saudável e delicioso e como não se consegue parar, aceleramos a respiração, suamos e bebemos mais soju…
O artesanato é vasto, bonito e poderá ficar barato, se soubermos escolher o sítio e regatear. O mercado da cidade é para esquecer: preços começam no quadruplo do que deviam e a descida de preços é a conta gotas. Mas há vários mercados pela cidade onde vale a pena pousar os olhos…
10 comentários:
and.....always with TUSKER!!!:)
possas...n se trabalha em mocambique ou que? heehhee
abraço murregulo.
vedor
Nhac nhac tenho fooooome!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
bela visita virtual ao quénia, valeus ;)
bjo
hmmmm os pratinhos coreanos têm um ar delicioso...
bj
jo
fiquei com fome!!! bjs
Tá visto que vocês aproveitam bem o tempo!!! Fiquei cheia de fome principalmente do restaurante da carne!!!
Bjocas
Lena
Tá visto que vocês aproveitam bem o tempo!!! Fiquei cheia de fome principalmente ao ver o Restaurante da Carne.
Bjocas
Lena
A descrição do trânsito da cidade é incrivelmente semelhante a Luanda.
para além das magnificas fotos, destaco a tua referência ao Fernando Pessa (e esta, hein?) e guardando as devidas distâncias, tu tens alguma coisa de Pessa. O estilo observador, talvez :)
aquele abraço,
rodrigo
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