Grande
parte dos homens Moçambicanos vangloria-se por ter 3 ou 4 mulheres. Têm a que
chamam de “principal”, ou por outras palavras, a de casa. Depois têm namoradas
fora do lar, às quais dedicam parte do seu tempo, tão pouco quanto o maior
número de namoradas, acredito.
O
nível de envolvimento entre o homem e as namoradas externas ao lar muda em
função de diversas variáveis, levando um relacionamento de pura diversão,
comprometimentos mais sérios (embora não formalizados) até, por vezes, ao nascimento
de crianças (por vezes formalizados).
Não
fique a pensar que é tudo diversão e que o homem comporta-se levianamente em
busca de prazer, como cheguei a ouvir em Angola: “Fazer o quê? A pilinha dá
para todas…”, imbuído de uma generosidade inconsequente.
Os relacionamentos secretos dão trabalho. Imagino o stress
que é gerir agendas, percursos, perfumes, mensagens no telemóvel, amigos em
comuns ou datas importantes. É assunto que me cansa só de pensar.
Há casos em que os relacionamentos são públicos, e todas
as mulheres sabem da existência uma das outras. Aqui o factor de gestão de
tempo fica suavizado, de facto.
Mas em ambos os casos, o factor custo é grande. Como gerir
a despesa para as diferentes mulheres? Em vez de um presente, oferecem-se 3 ou
4? Tudo a multiplicar?
Ao pensar neste assunto calculei que a população de
mulheres em Moçambique fosse 3 ou 4 vezes maior que a população de homens,
ingenuamente considerando que não havia “conflito de interesses”.
Mas constatei que não. Há mais mulheres que homens, sim,
mas quase na mesma proporção!
Então, partindo do princípio que “cada tacho tem a sua
tampa”, ou seja, que todos nós temos direito a um par para partilhar o amor, há
aqui uma intensa prática de poligamia, mas em ambos os lados da questão. É que
a palavra poligamia, divide-se em outras duas:
A poliginia,
em que um homem tem várias mulheres,
e a poliandria,
em que uma mulher tem vários homens.
Assim, há vários tachos com
diversas tampas, mas também há muitas tampas a servir vários tachos. Em
linguagem informática seria o famoso “N para N”. Em linguagem social é a
rebaldaria.
Fica evidente que, enquanto
uns falam muito, as outras não dizem nada, mas todos o fazem.
Nos tempos que correm,
acrescido a este frenesim de poligamia, há diversas variantes do amor que
baralham a estatística clássica.
Seja qual for a opção, seria
bom que prevalecesse o respeito e o amor….
3 comentários:
Rebaldaria dizes bem �������� mas moçambicano que se preze adora comentar o seu número de conquistas! ��
Que curtição de texto, André.
Mas Sacha, porque raio é que só os homens (nem todos!!) se vangloriam das conquistas e as mulheres não? A reflexão é séria!!
Adorei! Bela pesquisa! Rebaldaria sim mas com tratado de paz assinado entre as partes, já que não se assiste a nenhuma peixeirada... ou então são todos ingénuos :D
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