Aqui, em geral só há duas hipóteses:
- a primeira leva-nos à ilha de Luanda…muito próxima da cidade, diria mesmo que se funde com esta! A opção aqui é estacionar nalgum bar fashion, obrigado a sentar numa mesa ou deitar numa cadeira. Fortemente incentivado a consumir. Contornar dezenas de pessoas, desviar o lixo da praia, evitar que uma bola nos atinja e….finalmente chegar à água. Água que por vezes nos recebe com lixo flutuante, ou mesmo creme oleoso. Com o trânsito petrolífero nas redondezas, surge por vezes, na água, aquela camada oleosa que faz parecer a água mais calma e mais colorida! Agradável para uma cerveja da tarde, talvez um banho, quando a água permitir… Não para fazer praia!
- a segunda é afastarmo-nos da cidade. Acarreta o pesadelo do trânsito, tanto à saída como à entrada! Ao sair da cidade, não há, naturalmente, indicações de muitas praias. Quem espera pelos avisos: “Praia da Palmeira, bandeira azul e serviço de snack-bar”, “Areal miragem, água rejuvenescedora” ou “Banhos de argila nas falésias Palanca” é porque está perdido…no país e em grande parte deste continente! O desafio aqui é descobrir…arriscar! Ao longo de quilómetros, mesmo que vejamos a praia…não sabemos se há caminho, se o caminho é fazível para o tipo de viatura que se tem, etc… Resultado…todos rumam para praias mais conhecidas, mais comerciais, em que a publicidade passa de boca em boca. Praias que têm uma filosofia que não gosto! Mesas, refeição, bancos! NÃO! Montes de gente, “luta” pelas mesas, ouvir o vizinho a ressonar… NÃO! Engraçado para um passeio, petiscar algo em tempos não veraneantes…. Não para fazer praia!
Por isso mesmo, no fim-de-semana passado, apetrechei-me da logística necessária e….fui à descoberta! Como logística leia-se: geleira, cervejinha, sumos, sandochas, frutas, protector, chapéu-de-sol.
Passeando ao longo da costa e “cheirando” a beira-mar, queria descobrir uma praia mais à minha maneira. A 60 Km de Luanda, um chamariz de praias começam a acenar que estou perto… Primeiro caminho….impossível! Segundo caminho tem cada cratera que até um unimog iria ter dificuldades. Terceiro caminho…uma estrada de brita, lisa e com caminho até à areia….aí fui eu! E meus caros, não querendo de maneira nenhuma fazer inveja, partilho com vocês o que descobri:
- Um parque de estacionamento livre, espaçoso.
- Um areal deserto imenso. Com algum lixo, é certo…restos trazidos pelo mar, mas também não há bandeira azul…
- Vizinhos do lado direito a, pelo menos, 100 metros. Vizinhos do lado esquerdo...não havia!
- Vizinhos da frente, apenas uma população de caranguejos. Mas estes não causaram problemas, não fazem muito barulho e tal, mas….principalmente, não comem as sandes nem bebem as cervejas! ...e fazer praia é também ficar até ao fecho. É aproveitar enquanto há luz do dia...
4 comentários:
Que saudades de estar na praia a tomar banhos de sol e mar!!!
Praia de arrasar, vale a pena os 60km e o trânsito que apanhas, aí estás no paraíso.
Belas vidas...Aproveita pah
Bem, já agora, dá mais pormenores sobre como chegar lá porque eu já desisti de fazer praia na ilha exactamente pelos mesmos motivos e Caboledo também é para esquecer.Em Portugal nem acreditam que eu vivo em Angola porque estou sempre tão branquinha.
UAUUUUUUU! Também quero! Que saudades... por aqui anda-se de gola alta e a constipação já me atacou! Beijoss
Enviar um comentário