14 de novembro de 2010

A cor da cultura

A ideia fervilhava na minha cabeça e…porque não experimentar? Mandei um mail à minha irmã, onde lhe pedia, e passo a citar: “Peço-te para tirares uma foto a uma passadeira aí em Lisboa, onde haja cerca de 20 pessoas...”. Sem mais esclarecimentos, propositadamente. Do lado de cá fiz exercício homólogo. Ela mandou-me a foto e o resultado, curiosamente, foi o esperado. Magia? Talvez não…

Na Europa (permitam-me a generalização) as cores acinzentam-se mais. Cores esbatidas, não fugindo muito dos escuros.

Numa passadeira em África (permitam-me novamente a generalização) a cor é uma constante. Panos que as “mamãs” usam para se cobrir, transportarem filhos ou pertences. As famosas capolanas são geralmente de cores muito vivas e usadas muitas vezes às 2 de cada vez, mesmo que não se conjuguem ao gosto do observador.

A passadeira aqui é secundária. Foi uma solução que encontrei para que a amostra fosse heterogénea e representativa. Não me compete fazer juízos de valor a esta questão e, contra mim falo, que durante muitos anos vesti cores escuras por opção. Mas, não é a roupa a nossa primeira linguagem com o exterior e que reflecte o estado de espírito de cada um? Por isso esta questão da cor, numa primeira abordagem meramente cultural, terá mais que se lhe diga! Será África mais animada que a Europa? Parece-me que sim.

Agora esqueçamos a cor e, fazendo um exercício cromático, coloquemos as imagens nos mesmos tons. Ainda assim, a diferença cultural é notória, com o uso de padrões.

Este post não pretende ter lição nenhuma de moral e, como eu disse, contra mim falo. Já uso muita cor na minha roupa, mas padrões são raros. Mas já que a roupa e o estado de espírito andam de mãos dadas…vistamos algo colorido amanhã!


8 comentários:

Anónimo disse...

Lindo... Não há duvidas em relação às tuas palavras e observações....
alegremos o exterior se o interior já o for!!
abraço
Guiga

Isa disse...

:)
O calor ajuda a não escolher cores escuras. And then again, nós usamos preto o ano inteiro :)
E sim, sem dúvida que as cores que escolhemos refletem imenso o nosso estado de espírito do momento :)
Bjos André

Anónimo disse...

Adorei esta tua tertúlia. Realmente é interessante notar que, num sítio onde se morre de fome, de diarreia, de malária, de.... e de... as pessoas usam a cor e um padrão que reflete um estado de espírito de alegria. Na Europa, onde as dificuldades são de um nível já muito diferente que o da luta pela sobrevivência, usa-se o escuro, o padrão melancólico e até mesmo os semblantes são diferentes.
Bjocas. lena

Joana disse...

por isso uso collants às riscas com muitas cores nos dias escuros de Inverno!!!

macaca grava por cima disse...

Muito bom!
As coisas de que te lembras... mas de facto... que diferença! Era hoje o dia de trazer algo colorido? Eu estou de preto e cinzento damn!!!
Mas não tarda vou andar com o M. enfiado numa bela capolana em forma de sling ;-)neste hemisfério, nas passadeiras da Europa... Pode ser que contribua com um pouco de cor para este nosso cantinho

Bichocao disse...

André, um homem da semiótica analítica através de uma análise profunda dos inputs de sociedades em mutação!!

Remo Angola disse...

Olá!

Gostaría de dar a conhecer este novo blog

http://www.remoangola.blogspot.com

Agradecemos a sua divulgação

Saudações desportivas

Sara disse...

por isso a minha paixao pelo cor de rosa!!!! afinal...........imagina so que linda foto...tudo de cor-de-rosa a atravessar a rua......uau!!!!!!!!! ;)))))))))))
bem observado xuxu...........como sempre estas atento!!!