O destino quis levar-te demasiado cedo com tanto ainda por
dizer e fazer. Resta-me aceitar e saborear as tantas e tão boas memórias que
tenho de ti.
Nesta despedida física, de tanto adjetivo que se tem usado para
te caracterizar, há um que foi unânime: generoso. É nele que pego para te
agradecer.
- A generosidade do teu sorriso inigualável. Sorrias com todo o rosto, contagiando boas energia e outros sorrisos;
- A generosidade que te permitia sempre ter uma palavra construtiva
sobre qualquer pessoa;
- A forma generosa com que vias a beleza dum desafio do
caminho, onde muitos apenas reclamavam dum trilho sinuoso e cheios de pedras;
- Quando partilhávamos alegrias, tinhas a generosidade de substituir
as palavras que não te saiam pela garganta trémula com um abraço. Um abraço
grande, demorado, de veludo, que tanto dizia sem uma única palavra;
- A generosidade que te afligia se não conseguias soluções humanas
e simples para problemas grandes no trabalho;
- A generosidade que te deixava feliz com a presença ou a
felicidade dos que amavas;
- A generosidade com que agradecias cada dia da vida, por
estares vivo, por estares de saúde e teres uma nova página por escrever;
- A generosidade do discurso assertivo, de palavras ponderadas,
sem rodeios;
- A generosidade de teres sempre tempo para escutar,
enrolando um caracol no cabelo ou cruzando os braços na tua característica barriga e dizendo: “hhmmm”, recebendo de forma neutra a
mensagem;
O mundo perdeu um grande ser humano, perdeu um poço de
generosidade.
Levarei comigo, na caminhada, a tua voz, a tua paz, o teu
exemplo, o teu sorriso, a tua generosidade. Tenho a certeza que tornará o
percurso muito melhor.
Obrigado por ter
feito parte da tua vida e termos partilhado tanto ao longo do caminho.
Até um dia, onde nos
encontraremos algures para partilhar uma garrafa de vinho…
2 comentários:
Que bonito texto e foto! Beijinho
KANIMAMBO!!
KANIMAMBO!!
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