Carregam quase tudo à cabeça. Às vezes apenas uma catana, outras a trouxa inteira. Numa ginástica invejável exibem talento para carregar, horas a fio, os seus pertences, como se não fosse nada. Às vezes a carga até perde protagonismo, comparando com os filhos que levam ao colo ou pela mão. Começam desde novos, contribuindo com o que o pescoço infantil permitir, mas sentindo-se orgulhosos e colaborativos nos afazeres familiares. Deixo algumas imagens:
Fotografia: Patrícia Tomás
Fotografia: Patrícia Tomás
Fotografia: Patrícia Tomás
E deixo a descrição a alguém que carrega à cabeça o dom da escrita e tem, na cabeça, a mestria da imaginação: “Só então percebo a elegância de que são capazes. O passo de gazela anula o peso que transportam, as ancas flutuam como bailarinas evoluindo num palco sem fim. Elas estão em eterno espectáculo, exactamente porque ninguém nunca olha para elas.”, Mia Couto, em Jesusalém
7 comentários:
Tu, antes da rapadela, apresentavas condições excepcionais para tal tipo de transporte!!! :)
mestria e uma palavra que se aplica aqui.....desenvoltura...outra!! depois ha que ser practico....carregar malinhas pelo mato nao da para ninguem....muito menos em terra batida.....
a necessidade faz o homem....ou a mulher...:))) lindas fotos primito...
Lindas fotos, lindas descrições.
Bjocas
lena
epá, a última fotografia é impressionante!!
Adorei a fota da pilha de cadeiras. É uma espécie de "mind tetris"... :)
a citação de Mia Couto não podia descrever melhor esse equilíbrio perfeito que não é para todos!!!
muito boas as fotos, perfeita a escolha da citação.
Beijo André
Enviar um comentário