Em primeiro lugar quero esclarecer aos leigos que a Terra não é uma esfera perfeita, azul e sorridente no meio deste Universo desconhecido. Longe disso. Esqueçam a lenga-lenga que nos ensinavam na escola primária de que a Terra é uma esfera ligeiramente achatada nos pólos. A Terra é um calhau disforme e de consistência algo viscosa, ou seja, muda de forma com o passar do tempo. Pronto, já disse…e desculpem se destrui algum do vosso imaginário!
A Terra pode-se aproximar à forma de um elipsóide e, sim, é ligeiramente achatada nos pólos, ou seja, a distância do centro de massa ao equador é maior do que a distância do centro de massa a cada um dos pólos. Mais precisamente, a diferença é de cerca de 21,4 Km. A Terra está sujeita a duas principais forças:
- Força gravitacional que nos atrai para o centro de massa;
- Força centrifuga que, devido ao movimento de rotação da Terra, nos empurra para o exterior.
O resultado é a tal força da gravidade que nos mantêm, literalmente, com os pés assentes na Terra. Ainda temos outras forças, como por exemplo a atracção da Lua (fora de divagações românticas) que nos molda de forma tão visível as marés. E para terminar, apenas a nota de que são os oceanos que nos dão um importante referencial para medir as altitudes dos lugares: o famoso nível médio das águas do mar, aproximado ao geóide.
Não me vou estender mais e desculpem se me demorei nesta explicação, mas acho importante contextualizar-vos para o que vem a seguir. Voltando ao artigo e à questão “Se a Terra parasse?”. Faria assim tanta diferença? Consideremos, convenientemente, que a Terra abrandava e parava ao fim de algum tempo. Porque se a Terra estancasse de repente seríamos projectados que nem pedras atiradas da concha duma fisga…e acabava-se a História toda!
- Se a Terra parasse, deixaria de existir a força centrífuga e assistiríamos a uma secessão de desastre naturais, nomeadamente terramotos, de forma à Terra se reajustar, dado o aumento da força da gravidade;
- Com a ausência de força centrífuga, seríamos atraídos para o centro da Terra com mais intensidade, pesaríamos mais e os oceanos ficariam sujeitos a mudanças;
- Os oceanos migrariam para onde a força gravitacional seria maior. Onde?...relembrem a contextualização anterior: para os pólos! Na zona do equador começaria a aparecer terra.
As maiores e mais imediatas diferenças sentir-se-iam nas latitudes altas (próximas do pólo) com a invasão da água, escoada do equador. Na presente geometria, temos um contacto físico entre todos os oceanos, facto que permitiu a Fernão de Magalhães fazer a circum-navegação. Com a paragem da Terra e a fuga dos oceanos, ficaríamos com uma geometria terrestre oposta à actual: dois grandes oceanos independentes, sem contacto e uma massa continental contínua.
A simulação feita pelo autor negligenciou alguns factores, que poderiam ser relevantes. A modelação é puramente matemática e só considera a ausência de força centrífuga, em consequência do abrandamento da Terra.
O mais assustador é que, segundo o autor, há cientistas que estão a fazer estudos sobre a velocidade da Terra. São alterações infinitesimais, mas parece que existem: a Terra está a abrandar! Há 400 milhões de anos parece que a Terra girava 40 vezes mais em torno do seu eixo durante o seu passeio em volta do Sol. Fazendo as contas, vai continuar a abrandar, até parar, daqui a 4 biliões de anos. E nessa altura, meus amigos…é que vamos ver como se vai passar da teoria à prática…
10 comentários:
: - O Estás a dizer que a Terra é assim estilo pedaço de plasticina mal amassado? :(
Então e aquelas fotos que vemos nas revistas e as imagens dos programas de televisão, captadas por satélites? Parece tão perfeitinha :)
Parece perfeita porque a dimensão da Terra é muito grande e as deformações estão exageradas na 2ª imagem...
AH!! UFFFA ;)
aaaiiiiiiiiiiiiiiii....podes recomecar em linguagem para mim???? ou seja...primaria!!!!! please???? como a terra nao e redonda??? agora e que me dizes isso??? a minha professora D. Marilia da primaria enganou-me??? e deu-me imensas reguadas!!!
escurpa pa.....redonda ela e!! voce exta a sofrer di quarquer probrema qui eu nao intendi!!!
:))
Professor André, há um documentário muito interessante da Nat. Geo. acerca deste assunto, e foco estes aspectos que disse e as alterações comportamentais dos seres humanos e restantes animais. O exagero de escala na figura elipsóide\geóide é que está a fazer confusão ao " auditório " :p
Abraço
Eduardo Pândega
vou guardar este mail e daqui a 6 biliões de anos falamos a ver se o teu amigo Witold sempre tem razão.
A mim interessa-me particularmente a parte das mais e menos rotações:
Vamos ficar com menos dias... Corta-se na semana ou no fim de semana?
O que vai acontecer? a rotação em volta do sol demora o mesmo tempo e os dias passam a ter mais horas, ou os anos ficam mesmo mais pequeninos?
Fica já o meu aviso: Eu não trabalho mais que 8 horas ao dia! E é bom que comecem já a fazer as contas para as reformas para não termos o mesmo problema de Segurança Social daqui a 6 biliões de anos! Têm muito tempo ra fazer as contas!
epá...que bela problemática para abrir a semana...
Mt obrigada pela aula sr engº! ;) Mt interessante este tema.
Bj
Bem visto Xico...os dias poderão aumentar, até ao limite de durar um ano! Pode complicar bastante essas importantes questões laborais...
Esperemos que a crise nessa altura já nos tenha deixado e que não seja preciso trabalhar turnos de 365 dias!!
POIS É....É PENA MAS É VERDADE.OS RELOGIOS EM TODO O MUNDO ESTÃO SENDO ADIANTADOS JÁ HÁ MUITO TEMPO PARA CONPENSAR A PERDA DA VELOCIDADE DE ROTAÇÃO DA NOSSA CASA.
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