A
notícia chegou pelas redes sociais no Sábado de manhã, e depois confirmada num
comunicado oficial.
A
ponte que sustenta os tubos de abastecimento de água às cidades de Maputo,
Matola e Boane (mais de 2 milhões de pessoas) cedeu e a canalização foi
interrompida. A previsão era de 10 dias sem água, ou com muitas limitações de
abastecimento. Faziam-se apelos à poupança de água. A foto que acompanhava o
comunicado confirmava a terrível notícia.
Depois
do pensamento “que chatice”, fui visitado por uma reflexão: “Estarei preparado
para viver com restrições de água?”. Porque embora tenha uma preocupação geral
e antiga de poupar água, só quando a palavra “restrição” se junta à sua
distribuição é que me apercebo que posso tomar duches mais curtos, racionalizar
o autoclismo, tornar a lavagem da loiça mais eficiente. Ainda não aplico a
reutilização da água, mas é um plano que tenho cá para casa, como por exemplo a
água do banho ainda servir para alimentar o autoclismo.
Viajei
assim numa possível previsão pessimista de restrição mundial de água (já
estivemos mais longe)! Um cenário que vai obrigar certamente a uma reeducação
de uso de água para mudar os nossos hábitos.
Mas
enquanto isso não acontece e a solução (ainda) estiver ao alcance, veremos as
carrinhas de distribuição de água a invadir as ruas das cidades, como aconteceu
em Maputo nessa mesma tarde de Sábado.
Assim, os tanques voltam a encher numa tentativa de
contornar a tal de restrição. Não coloquei esta hipótese cá para casa, pois com
a grande demanda à água a especulação deve ter sido imediata.
Ao consultar a previsão meteorológica para os próximos dias,
sorri! Agradeci a São Pedro por ser tão generoso e no momento tão oportuno. Chuva
abundante durante 4 dias significaria que haveria água para todos, bastava
aproveitar.
Cá em casa orientamo-nos para captar a água da chuva em
baldes e alguidares, para atenuar a tal da restrição…afinal ela caía de forma
gratuita do céu e precisamente no período crítico.
Não tirei nenhuma foto, mas fui presenteado com este vídeo,
feito em Maputo, por uma senhora que desconheço, mas à qual quero saudar pela sua "tecnologia" feita com astúcia, proactividade e visão. Com uma engenharia simples, garantiu
água para os serviços básicos certamente.
Que continue a chover, contrariando assim uma tendência
(cada vez mais real) de falta dela nalguns locais. E que a saibamos aproveitar…
No final de contas, a situação não tem sido assim tão má
(sim, no momento que vos escrevo ainda estamos com restrição de água). O
abastecimento tem sido feito alternadamente nas diversas zonas da cidade,
contando com água a cada 2 dias que, com o sistema de depósitos e bombas de que
vos falei, nem se nota a falta de água nas torneiras.
Fica registado o acontecimento como uma premonição de
cenários mais difíceis que possam vir. Fica feito o exercício de sobrevivência
e o aviso sério de que poupar água é o caminho.
2 comentários:
Mas como somos especiais, vamos esperar até acabar mesmo, depois vamos ficar uns tempos a queixar-nos do governo e do vizinho, e depois lá faremos um plano.
Como sempre,uma delícia constante as tuas histórias.
Essa senhora,com esse vídeo,ganhou tudo! 😉
Boas águas André!
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