2 de abril de 2008

Destino Sumbe

Se se encontra em Luanda e tem um fim de semana grande pela frente, aqui fica uma sugestão de passeio. Faça-se à estrada do sul, em direcção ao Sumbe. Esta via encontra-se em razoável estado de concervação. Embora os buracos sejam poucos, o caminho é estreito...e diminui com a passagem de outros carros, muitas vezes com os máximos ligados. Conduza com prudência!








Poderá fazer a viagem em 4 a 5 horas. Ao longo do caminho encontrará locais onde poderá beber e comer algo. Se lhe fizer impressão comer frango feito numa jante de carro adaptada a fogareiro, ou se desconfiar da higiene, aproveite apenas para esticar as pernas.




O frango é saboroso e aconchega bem, numa viagem onde não muito mais alternativas alimentares.





O Sumbe é uma cidade que quase estagnou no tempo. Pequena, pacífica e com uma arquitectura muito peculiar. As clássicas construções coloniais dão a impressão de viajarmos no tempo.



Pena é a degradação da cidade. Muitos edifícios deixaram de ter manutenção...há...muitos anos! Os passeios degradam-se a olhos vistos e, como o terreno é fértil, são agora preenchidos por muita vegetação daninha.






Há alguns hotéis na marginal, junto à praia, mas convém marcar com antecedência. Luanda é perto e o fluxo de pessoas que por aqui se passeiam pode ser elevado em fins de semana prolongados.



A oferta de diversão nocturna não é grande,
por isso interprete os dias aqui passados como convivios caseiros ou descanso puro.


O espanto da arquitectura culmina com esta igreja peculiar. Cheia de vitrais virados para o mar e uma construção fora do comum. Pena que esteja virada para uma praia excessivamente poluída.


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Aproveite para passear num mercado africano. O do Sumbe é muito calmo, as pessoas são muito simpáticas e fará as fotografias que quiser. Pergunte sempre antes de tirar porque algumas pessoas não gostam...normal...como em todo o lado do mundo!




Os preços praticados aqui são muito inferiores aos da capital, por isso, não perca a oportunidade de levar fruta barata e boa.






Como sempre, encontrará de tudo aqui neste mercado. Comidas, roupa, tabaco, produtos de higiene, bebidas, peças de automóvel, musica, etc...



De fazer referência ao talho artesanal. Não há arcas frigorificas. A carne é exposta, sobre cartões, em bancas e o vendedor entretem-se, com um abano, a afugentar as moscas que gostem de naco de carne ou pernas de frango. Evite comprar, mas se não tiver alternativa...cozinhe bem!






Como é um mercado artesanal, não deixe de reparar nas bancas, onde poderá ver a produção manual de alguns produtos. Esta banca da foto é dos alfaiates. Todos homens, dão ao pedal de uma máquina antiga para recortar e moldar os tecidos ao gosto do cliente.












Defrute da natureza, pois já que está longe da grande cidade, o ar é bem mais puro. Cubatas, palmeiras e muito verde acompanham estes dias de fuga que contrastam com o fumo, cimento e confusão em Luanda.





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Muito perto do Sumbe não deixe de visitar as cascatas. De dimensão média, mas de grande beleza surge um local muito aprazível para passar o dia em pique-niques, banhos de água e sol.


Nesta altura do ano encontrará o caudal bem forte, resultante do período de chuvas. O verde da moldura é uma saudável vegetação que gosta deste tipo de clima.






Desfrute de passeios perto das cascatas, tire fotografias e deixe-se encantar por esta maravilha turística de Angola.




O som da água a cair, o verde envolvente e a húmidade natural são algumas das razões para despertar os seus sentidos e deixar-se descontrair...











Encontrará certamente alguns recantos muito bonitos. O que não faltará são "chuveiros" onde pode ter a sua doze de massagem. Tire fotografias, divirta-se e cuidado para não escorregar nas rochas. Não há registo de cobras, por isso não se preocupe muito com esta ameaça.







Não se vá embora sem passar na ponte a montante das quedas. Na verdade...duas pontes: uma construída em 2005, onde hoje se circula e uma outra, que testemunha a resistência à força das águas. Com uma turbulenta corrente por baixo e já sem um troço, a ponte vai resistindo...até um dia! Boa oportunidade para tirar fotos e comprar fruta muito barata...


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Se é daquelas pessoas que não perde uma oportunidade de praia, terá então uma grande variedade de escolhas nesta zona da costa Angolana. Embora sejam praias pouco frequentadas, deixando-lhe a sensação de liberdade, o lixo também é proporcional ao espaço existente. Muitos restos naturais de canas, raízes. Muitos restos não naturais de chinelos ou garrafas. Uma pena!







Banhe-se no mar agitado, consciente de que não terá um Nadador-salvador alerta. Dê um passeio pela praia, ao longo das falésias e explorando os tratamentos de beleza à base de argilas. Cuidado com as garrafas partidas na areia!!










Se tiver sorte com o dia, vai assistir a um pôr do sol que é um verdadeiro acontecimento. O sol laranja ilumina as falésias de tal forma que parece que estas têm luz própria.












Fotografe, muito, para registar este momento de arte assinado pela mão espontânea da natureza...
















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A acompanhar os dias de folga estão, certamente, associados os petiscos e os refrescos. Com o calor que faz 24 horas por dia, pense em adquirir múltiplos de grade de Cucas. Fresquinhas vão saber muito bem a qualquer hora do dia.



A acompanhar a bebida, e até porque é aconselhável comer alguma coisa, aproveite a proximidade do mar e faça refeições que podem alternar entre o peixe e a lagosta. Deixa-se aqui o aviso para que este petisco se faça em consciência ambiental. Os pescadores não têm preocupação nenhuma na selecção dos crustáceos e, literalmente, tudo o que vem à rede é Lagosta. Apanham Lagosta demasiado pequena e algums ovadas. Chame a atenção disso e evite comprar. Lembre-se que estamos num país em desenvolvimento e, também nestas coisas, temos o nosso contributo a dar.

8 comentários:

Fada da felicidade disse...

André, fantástico roteiro!!
Indicativo das zonas de shopping, lazer, gastronomia, spas, muito bem escrito e fotografias fantásticas, grande produção ;)

Uma palavrinha: invejaaaaaaaa!

macaca grava-por-cima disse...

E depois não queres que eu seja fã da Tertúlia!!!

Tens noção da excelente reportagem que acabas de postar? Muitíssimo interessante, completa, com dicas gastronómicas, ecológicas, turísticas, arquitectónicas, consumistas, e tudo e tudo... :-)

Ressalvo as dicas ecológicas que, a meu ver, são as que ainda vão faltando neste estilo de "jornalismo de viagens".

E como tal, para além da Tertúlia, recomendo a leitura da revista Blue, sobre outros destinos que não somente África, mas sempre com a preocupação da ecologia e do turismo sustentável em mente.

Ah, é verdade, André, informo-te que há uma agência de viagens portuguesas que começou a organizar, recentemente, a viagem que querias fazer: o roteiro do África Acima. Vantagem: o guia é o próprio do Gonçalo Cadilhe. Desvantagem: o preço avultado

André disse...

Boas dicas, grava-por-cima! De facto o turismo ecológico tem vindo a ser mais popular. Devia ser mais que uma moda...devia ser uma filosofia para ficar.

Mais uma referência do género:
http://www.responsibletravel.com/

Quanto à África acima...é de pensar, sim! Enquanto penso...vou juntando algum $$!! :))

Anónimo disse...

Xi meu!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Joana disse...

Que belo guia de viagem, devias começar a pensar fazer um.

"Fins de semana por Angola"

Maravilhosas as fotos e histórias.

bjs

Unknown disse...

Brevimente estarei em Sumbe,para dar minha contribuição profissional para o desenvolvimento desta cidade, o qual já estou encantado em conhecer navegando nas páginas da Web,conhecendo este país "ANGOLA"
Parabéns pelo roteiro.

Clécio Vasconcelos
Recife,PE BRASIL

Anónimo disse...

Clécio, brazuca é o máximo né? O Sumbe, ex-Novo Redondo (convém aprender um pouco de história, claro) tem estado à sua espera para se desenvolver! Se não fosse sua vinda não sei o que seria dessa gente ? Para principiar pode começar varrendo as ruas e repondo o asfalto que já tiveram. Se você tem jeito de pedreiro, tem muito tijolo para assentar.
Boa sorte, fique por lá, pois assim não teremos de o ter que aturar na Europa.

Anónimo disse...

Clécio, brazuca é o máximo né? O Sumbe, ex-Novo Redondo (convém aprender um pouco de história, claro) tem estado à sua espera para se desenvolver! Se não fosse sua vinda não sei o que seria dessa gente ? Para principiar pode começar varrendo as ruas e repondo o asfalto que já tiveram. Se você tem jeito de pedreiro, tem muito tijolo para assentar.
Boa sorte e fique por lá, pois assim não teremos de o ter que aturar na Europa.